O fluido refrigerante contido nos cilindros se apresenta em forma líquida e, como tal, é incompressível. Porém, dilata-se com o aumento de temperatura. Se no interior do cilindro existe espaço suficiente para a dilatação, não há situações de perigo.
Por analogia, podemos usar o exemplo do termômetro de vidro. Pode acontecer de o vidro se quebrar quando o bulbo é aquecido a uma temperatura um pouco superior ao seu término na escala. O líquido contido no termômetro (xilênio, álcool, mercúrio), quando não pode se expandir mais, alcança o topo do capilar e, por não poder comprimir-se, quebra o recipiente.
Para evitar que os cilindros, na hora do envaze, se sobrecarreguem, é importante seguir um padrão de fator de enchimento. Exemplo: R22 – 1,03 kg para cada litro de volume interno do cilindro. Tenha em conta que o peso específico é de 1,213 kg por litro à temperatura ambiente de 20ºC e 1,132 por litro à temperatura ambiente de 40ºC. OU seja, em um cilindro de 10 litros de volume interno, corretamente carregado, teremos uma quantidade igual a 8,49 litros à temperatura de 20ºC e 9,1 litros à temperatura de 40ºC.
Estas recomendações devem ser consideradas quanto ao deslocamento do refrigerante líquido num cilindro de serviço ou no cilindro de uma estação de carga. Em relação aos fatores de serviço, deve-se evitar a exposição dos cilindros de refrigerantes a altas temperaturas (temperatura elevada pode ser considerada, por exemplo, em um veículo fechado ou em um caminhão parados sob o sol). Isso pode ser extremamente perigoso.
Por fim, utilize sempre cilindros que possuam válvula de segurança. Use a balança, caso for transferir fluido refrigerante de um cilindro para outro, e nunca reutilize cilindros descartáveis (estes não possuem válvula de segurança).
Fonte: Paulo Neulaender